Há um ano atrás, eu estava sentada na segunda fila com pessoas que não conhecia. Não sabia o que era a UV nem o que ia representar para mim. Apesar de muito trabalho, e de ter chegado ao final da semana exausta, no último dia já sentia saudades. Hoje, volto a esta casa como Conselheira e, tal como os meus colegas Conselheiros, estou aqui para vos ajudar.
Vão viver um espírito de equipa único e as pessoas que estão sentadas ao vosso lado vão ser certamente a vossa família "uviana”.
Através da discussão e reflexão de grupo, sobre as mais variadas questões políticas e cívicas, irão sentir como a vossa acção é fundamental para se conseguir uma sociedade melhor. Sintam-se especiais pois foram escolhidos entre um grande número de candidatos. Agarrem a oportunidade UV para participar activamente no que vos for proposto, sempre com uma atitude positiva e exigente. Espero que tenham trazido uma mala cheia, a abarrotar, para esta que vai ser uma experiência certamente marcante.
Dito isto, convido-vos a assistirem ao vídeo-resumo da Universidade de Verão 2010 para vos abrir o apetite.
Obrigada.
[Aplausos]
[Visionamento de vídeo]
Dep.Carlos Coelho
Sejam bem-vindos à Universidade de Verão
2011!
Permitam-me algumas referências especiais:
ao Sr. Presidente do Instituto Francisco Sá Carneiro, Dr. Carlos Carreiras,
pelo patrocínio, pela amizade e pela confiança; ao senhor Secretário-Geral do
PSD, deputado José Matos Rosa, que com caráter precursor, muito antes de pensar
que viria a exercer estas funções, decidiu localizar a Universidade de Verão
para Castelo de Vide para ficar mais perto de casa [RISOS]; e uma referência a
três deputados que aqui estão, o senhor deputado Duarte Marques, Presidente da
JSD, que foi desde a 1ª edição o meu braço direito na organização da
Universidade e que nesta edição larga a função de Director-Adjunto para a
função de Presidente da JSD; ao deputado Nuno Matias, que é o Director-Adjunto
da Universidade de Verão; e ao Cristóvão Crespo, que é o Presidente da
Distrital de Portalegre; aos autarcas presentes, designadamente aos senhores
Presidentes de Câmara, destaque para o senhor Presidente da Câmara de Castelo
de Vide, que será saudado de maneira singular no jantar formal de abertura; e a
todos os conselheiros, na pessoa da Sofia.
Estão aqui pessoas diferentes, que vêm de
todo o País e pessoas com uma história diferente: pessoas com participação
política, também independentes (que não estão no PSD nem na JSD), alguns de
vocês têm a experiência associativa – são dirigentes associativos ou tiveram
intervenção nas escolas – outros usam a Escola como espaço para saber e não
para fazer intervenção cívica, alguns de vocês estão no poder local, outros
nunca pensaram nisso nem o desejam. São pessoas diferentes e não nos
conhecemos. Podemos conhecer-nos um bocadinho através do "Quem é quem”.
Têm, na vossa pasta, um pouco daquilo que
somos. Fizemos este exercício convosco e com todos os nossos convidados.
Pedimos a todos para se revelarem. Dizerem um pouco do que somos, do que
pretendemos, do que sonhamos, do que desejamos, do que mais apreciamos. E estou
certo de que no final desta semana vamo-nos conhecer um pouco melhor ainda.
Vocês são o resultado de uma selecção, como
a Sofia disse. Foram 350 candidatos e eu confesso-vos que a escolha é a parte
que eu mais detesto na organização da Universidade de Verão. Fica-nos sempre a
sensação angustiante de que ficou de fora alguém que devia estar cá dentro. É
um trabalho muito complicado. Nós fazemos uma análise curricular – currículo
académico e currículo de intervenção cívica – matizado com critérios de
equilíbrio regional, sexual e etário. Podemos falhar. Não é uma decisão
individual, é um júri colectivo, que eu tenho o prazer de presidir. Não é uma
decisão minha, é uma decisão de todos, mas naturalmente, perante o Dr. Carlos
Carreiras e o Secretário-Geral do partido, assumo a responsabilidade da escolha
que fizemos. Nós estamos convencidos que vocês são os melhores. Estamos
convencidos que não errámos nas escolhas que fizemos, mas temos esta esperança
de que vocês ao longo desta semana nos provem que tínhamos razão e que vocês de
facto eram os melhores para estarem aqui nesta semana da Universidade de Verão
2011.
Para nós vocês são uma selecção nacional e
vão ver que serão tratados como uma selecção nacional. A organização desta
Universidade não vai poupar esforços para vos tratar como achamos que vocês
merecem. Desde logo, com um programa de grande rigor e grande qualidade,
trazendo para Universidade de Verão aqueles que nós achamos que são os melhores
oradores, os melhores especialistas, aqueles com quem nós podemos aprender mais
ao longo desta semana. Mas não queremos que aprendam apenas conhecimentos
cognitivos, naturalmente que farão o aproveitamento que quiserem desta
Universidade de Verão, mas não é apenas aprender, é que saiam daqui mais
atentos ao Mundo, que saiam daqui com vontade, reforçada, de fazer intervenção
cívica.
Gosto muito de citar esta frase do Fernando
Savater, que tive a ocasião e o privilégio de conhecer em Estrasburgo, um homem
do país Basco, um filósofo que foi e é dirigente de um movimento "Basta Já”
contra o terrorismo em Espanha e escreveu em 1997, isto: "Se o que vos ofende
ou preocupa é remediável, devemos pôr mãos à obra e se o não é, torna-se ocioso
deplorar, porque este mundo não tem livro de reclamações”.
"Este mundo não tem livro de reclamações”!
Queremos que vocês ponham mãos à obra se acham que há alguma coisa que vos
ofende, que vos preocupa e que é remediável. Mas queremos que ponham mãos à
obra sem nunca esquecer aquela frase fantástica de Francisco Sá Carneiro quando
disse que "a política sem risco é uma chatice, mas sem ética é uma vergonha”,
ou seja, que o façam com um reforçado esforço e preocupação ética.
O material fundamental da Universidade de
Verão está colecionado nessas pastas. É a primeira vez que elas existem. Até à
última edição, nós distribuíamos umas brochuras com cada um dos elementos. Mas
os vossos colegas das últimas três edições, na avaliação final que fazem, exercício
que vocês também farão no domingo, propuseram esta solução que existe agora
pela 1ª vez.
Têm todo o material fundamental nessa pasta
e todo, ou quase todo, o material que receberão ao longo da semana, poderão
colecionar no local exato das vossas pastas de documentação. Nesse dossier têm uma parte muito importante
chamada "Regras”. Vão ver que há regras para tudo nesta Universidade de Verão:
há regras para o jantar, para os temas, para a assembleia… Não são regras muito
complicadas, mas há regras para tudo. Há cinco regras fundamentais da
Universidade de Verão: a 1ª é ter vontade, pois ninguém está aqui obrigado,
vocês estão aqui porque quiseram, candidataram-se, foram selecionados, pagaram
a vossa taxa de inscrição e, portanto, ter vontade é a 1ª regra de um bom
"uviano”; a 2ª regra é querer saber mais, dizem que a curiosidade intelectual é
sinal de inteligência, se não errámos na escolha todos vocês vão querer saber
mais e é aquilo que devem fazer na Universidade de Verão; a 3ª é ser pontual,
dizem que o País tem um problema de falta de competitividade e que grande parte
desse problema reside no facto de as pessoas não cumprirem horários. O País não
percebeu como é que, em 8 anos consecutivos, os jovens social-democratas
conseguiram fazer a diferença. Com os olhos postos em nós, o País percebeu que
a Universidade de Verão era capaz de fazer a diferença. O que vos peço é o
mesmo que pedi com sucesso aos vossos colegas em todos os anos anteriores -
mostrem ao País que nós podemos ser diferentes. Como vocês ouviram há pouco no
filme, para nós, na Universidade de Verão, 10h não são 10h20 nem 10h10 nem
10h05, 10 horas são "dez-zero-zero”. Todas as iniciativas da Universidade de
Verão começam exatamente à hora que estão previstas e terminam exatamente à hora
a que se previu, ou seja, não há contemplações nem no início nem no fim, os
horários são para cumprir. Peço-vos que ajudem a provarmos mais uma vez ao País
que aqui na Universidade de Verão nós temos hábitos diferentes, nós cumprimos
horários e percebemos o que é o rigor. A 4ª regra é ser solidário, dentro do
vosso grupo que é a vossa família mais próxima na Universidade de Verão e
solidários com todos os colegas em Castelo de Vide. E, finalmente, ser
construtivo. Não hesitem em dar as vossas sugestões. Se alguma coisa está a
funcionar erradamente, não hesitam em dizer o quê e propor melhorias.
Como é que vão ser os nossos dias? Um dia
típico, tem aulas a que chamamos "Temas”, com trabalho de grupo e
jantar-conferência. Por exemplo, o dia de amanhã começa às 10h com a primeira
aula de Ambiente dada pelo Eng.º Jorge Moreira da Silva, Vice-Presidente do
Partido. Começa às 10h e acaba às 12h, mas se houver perguntas ainda por
responder, aceitamos prorrogar no máximo até às 12h30. Entre às 12h30 e as 13h
podem ter uma pausa, seguindo-se um almoço-buffet lá em cima.
Depois, voltamos a esta sala para a segunda
aula do dia, sobre as questões sociais, a Pobreza em Portugal, dada por Manuel
de Lemos. A aula começa às 14h30, acaba às 16h30, excepto se houver perguntas
em que se pode arrastar até no máximo às 17h. Lá em cima, é servido um pequeno
lanche no bar de apoio ao restaurante.
Temos uma pausa de meia hora e às 17h30
começam os trabalhos de grupo. Sugerimos que reservem uma hora para os
trabalhos de grupo, mas já sabemos que se vão entusiasmar, por isso aquilo que
vos peço é que não se excedam mais do que as 19h30 para que tenham um bocado de
descanso entre o trabalho e o jantar. O jantar é um jantar-conferência e amanhã
será com o Ministro da Educação, o Prof. Dr. Nuno Crato.
Têm o programa na pasta, com uma correção
que é a única alteração que vai haver, espero, apenas ditada por razões de
força maior, o jantar-conferência que tínhamos na 5ª feira com o Dr. Mariano
Rajoy foi alterado, pois o próximo presidente do Governo de Espanha terá de
estar presente nessa altura nas cortes espanholas. Portanto, iremos antecipar a
presença do nosso convidado espanhol para as 17h30 com prejuízo da nossa visita
a Castelo de Vide. Já não teremos o jantar-conferência, mas sim um espaço de
descontração: improvisaremos um barbecuecom grelhados e contamos com uma grande presença, o Mestre António Chaínho para
nos falar da guitarra portuguesa. É um jantar diferente, ao ar-livre (espero
que não chova, se os deuses estiverem do nosso lado) devido a esta alteração de
última hora e por razões de força maior.
Serão convidados a participar nos temas,
nos trabalhos de grupo, mas também farão participações individuais, ou seja,
nem toda a participação será mediada pelos grupos. Vai haver oportunidade de
fazerem participações individuais. Para isso vão receber todos os dias impressos,
mas sugerimos que o façam através da Intranet, deste endereço, nos vossos
computadores, há uma wireless que
fornece os dois andares e quem não tem computador pode usar um dos 10
instalados à entrada do restaurante. São de utilização livre para acederem à
Internet ou à Intranet.
Esta é uma Universidade interativa. Todos
os dias recebem o JUV. Já têm nas vossas pastas a edição zero - de boas-vindas
- e amanhã recebem a edição nº 1. É um jornal que sai todos os dias às 2 da
manhã, é colocado por baixo das portas dos quartos. Quem ainda estiver acordado
recebe fresquinho, quentinho, o JUV a sair das rotativas, quem já estiver a
dormir verá de manhã que tem o jornal debaixo da porta. Quem faz o jornal é o
Paulo Colaço e o Júlio Pisa, mas na prática quem o cria são vocês. Vão ser
interpelados para isso, respondam às perguntas e participem nos concursos não-obrigatórios.
Vai haver uma coisa chamada YouJUV, ou seja, cada grupo tem a responsabilidade
de fazer uma página do JUV em cada dia.
O que é que são os concursos
não-obrigatórios? São sobretudo três: primeiro as perguntas, que são a
personalidades que estão cá ou que nos acompanham à distância, como é o caso do
Dr. Durão Barroso, que está a mais de 2 mil quilómetros de distância, mas
responderá às vossas perguntas. Todas as perguntas aparecem na Intranet e são
publicadas, mas o convidado seleciona apenas duas e dá resposta às mesmas,
depois as respostas e respetivas perguntas serão publicadas no JUV. Para hoje,
vocês foram convidados a dirigir perguntas ao Presidente do Instituto Sá
Carneiro, ao Secretário-Geral do PSD e ao Presidente da JSD. Já recebi por e-mail as perguntas de António Roxo,
Pedro Roberto, Beatriz Cardoso e Isa monteiro.
Quem quiser fazer perguntas por escrito a
estas pessoas que estão hoje connosco, deve à saída entregar os impressos com
as perguntas que serão selecionadas e respondidas à hora de jantar e publicadas
no JUV esta noite. O Duarte Marques, que é o Presidente da JSD, responderá na
Intranet a todas as perguntas e não apenas duas (sendo que só duas serão
publicadas no JUV), durante toda a semana, pelo que não precisam de o fazer
apenas até esta noite.
Recomendo que participem, mas que não
fiquem desiludidos se a vossa pergunta não for selecionada. Não é o nosso
critério, mas sim o de quem está a responder. E perceberão que se fizerem
perguntas muito elaboradas que obriguem a respostas muito grandes provavelmente
não serão selecionadas, a lógica é pergunta breve, resposta breve, portanto
tenham isso em atenção quando quiserem formalizar as vossas perguntas. A
segunda forma de participação é através das sugestões. As sugestões são
dirigidas a mim. Eu prometo responder a todos durante a Universidade de Verão,
via Intranet. As sugestões podem ser anónimas. As assinadas podem fazer através
do computador, as anónimas têm de fazer através de impresso.
O que é a sugestão? São as recomendações
que querem fazer para melhorar a Universidade de Verão. A pergunta que eu vos
faço é esta: se vocês fossem o Director/a da Universidade de Verão o que é que
fariam de diferente, em que é melhorariam, qual é o pormenor ou algo mais
substancial que fariam diferente para melhorar?
Eu prometo responder a todas as sugestões
que me forem dirigidas, dizendo uma de três coisas: agradecer a sugestão e aplicá-la
já, ou agradecendo a sugestão dizendo que já não temos hipótese de aplicá-la
nesta edição mas ficará para a edição de 2012, ou dizer "eu não concordo com a
sugestão” explicando porquê.
Terceira participação não-obrigatória é o
"Achei curioso”. O "Achei curioso” é aquilo que chama a vossa atenção; pode ser
um aparte, uma personalidade convidada, um excerto de uma intervenção, um
pormenor de organização. O JUV vai selecionar os "Acheis curiosos"
que foram mais curiosos. Vão ser publicados na Intranet e aparecerão impressos
nas páginas do JUV.
Podem participar quantas vezes quiserem,
mas para efeitos de selecção devem ter atenção às horas. As perguntas à
distância devem ser entregues até à 1h, porque nós temos de passar as que não
forem escritas directamente na intranet, enviar para a personalidade e receber
as respostas. O "Achei curioso”, até às 17h30 nós fazemos uma recolha para
entregarmos à redacção do JUV para selecionar. Podem fazer fora destas horas,
mas com prejuízo de não serem selecionados no próprio dia.
Eu disse que vocês são uma selecção
nacional. Como tal, têm o dever e obrigação de saber o que se passa no País,
não devem ficar fechados. Para isso, a Margarida Balseiro Lopes, que foi uma
das melhores alunas da anterior edição da Universidade, é responsável pela
revista de imprensa que terão todas as manhãs com um olhar sobre a imprensa
nacional e internacional. Sobre a UVTV que aparece nos vossos quartos e nos
televisores das zonas comuns da Universidade não vos explico, pois já tiveram um
cheirinho no vídeo apresentado pelo Paulo Colaço.
Queria agora dar-vos duas notas sobre
participações obrigatórias: a primeira sobre a avaliação de cada tema. No final
de cada aula/tema vocês são convidados a preencher esta ficha de avaliação
secreta e anónima. Convido-os a serem completamente sinceros. A vossa opinião
só nos interessa enquanto for sincera, autêntica. Devem avaliar três parâmetros
do tema: se é importante, interessante e se trouxe novidades; avaliam também os
oradores: se sabiam da matéria, se transmitiram bem e se vos puseram à vontade;
e da organização: os textos de apoio, os suportes audiovisuais e o tempo
dedicado ao tema.
A escala é sempre a mesma em todas as
avaliações da Universidade de Verão, de 1 a 5.
Peço que não façam avaliações por simpatia,
ou seja, em que pela simpatia não são completamente sinceros. Dou-vos alguns
exemplos: o Eng.º Carlos Pimenta esteve aqui nalgumas edições, fez uma aula
brilhantíssima e na avaliação dos textos de apoio teve 3,2 ou 3,3 de média, portanto,
Suficiente. Não haveria nenhum problema se ele tivesse dado algum papel, mas
não houve nenhum papel. Nesse parâmetro de avaliação, (textos de apoio) ele
merecia 1.
Vejam bem, cada requisito tem um valor
próprio. Outro requisito que é muito confundido é logo o primeiro: quando
avaliam se o tema é importante, é a importância dele que queremos. Vou dar-vos
um exemplo concreto: a aula que eu vou dar, vai ser dada por mim e pelo Rodrigo
Moita de Deus, vamos supor que vocês detestam aquilo que eu e o Rodrigo
fizemos, dizem que "foi uma porcaria de aula”, não foi interessante, por isso
dão 1, mas se vocês acham que uma aula de comunicação é importante na estrutura
da Universidade de Verão deviam pôr 5 na importância. Até sugeria que
preenchessem esse requisito antes de ouvirem a aula, porque a importância do
tema não deve estar dependente da forma como ele foi exposto pelos oradores
convidados.
Nas participações obrigatórias deve também
referir o que aprenderem em cada aula: escreverem uma, duas, três coisas, se
não houver nenhuma não põem nada, mas têm de dobrar a folha e depositar pois o
voto é obrigatório; o que é que acharam importante; uma, duas, três coisas que
aprenderam, que não sabiam, ou que acharam mais relevante.
Para nós é muito importante perceber no
final o que é que suscitou mais a vossa atenção, o que é que foi mais relevante
nos conteúdos que se ensinaram em cada tema. Para o meio da semana, mais ou
menos, uns antes, uns depois, sempre que virem um papelinho a vos ser entregue,
vão olhar para nós com raiva e pensar "mais um papel para preencher” e vão
achar que há um exagero burocrático nestas avaliações. Eu quero dizer-vos que
não é isso: não há nenhum exagero burocrático; o que nos interessa é a vossa
opinião, pois esta irá alterar as edições futuras da Universidade de Verão.
Se estivessem cá estado em 2003 não tinham
as pastinhas com informação selecionada, a UVTV, o YouJUV, a simulação de
assembleia, a apresentação de trabalhos de grupo, a revista de imprensa, e
tinham uma Universidade de Verão com menos dias. O que faz com que tenham tudo
isto hoje é porque os vossos colegas, ano a ano, nas avaliações foram
melhorando a Universidade de Verão.
Esta é a última coisa que vos queria dizer:
nós todos dependemos uns dos outros; alguns irão beneficiar da vossa opinião e
da vossa ação como vocês hoje beneficiam dos vossos colegas das edições
anteriores.
Esta Universidade de Verão é fruto de muita
gente que nela empresta o seu melhor, na organização, nos participantes, nos
formadores e porque assim é, parece-me que faz sentido uma homenagem a todos
aqueles que já passaram por cá e que vos ajudaram a fazer desta Universidade de
Verão uma Universidade de Verão especial. Mas como é muito complicado
homenagear mais de 800 pessoas, permitam-me centrar numa pessoa e com essa
homenagem fazer a palavra final. Desejo-vos a melhor Universidade 2011,
recordando todos aqueles que passaram por cá e recordando alguém que foi
formador em 2003, um amigo da Universidade de Verão, co-autor de uma obra que
vos quero oferecer no último dia, e que tinha uma frase, tirada de empréstimo
do Charles Leadbeater, que é a ideia de que no passado o ser humano valia pelo
que possuía, mas nós hoje valemos pelo que partilhamos ("we are what we
share”), trata-se do Diogo Vasconcelos, morreu com 43 anos. Espero que com o
seu exemplo possamos todos partilhar o melhor que a vida tem.
[Aplausos]
[VÍDEO]
Duarte Marques
Olá a todos! Bem-vindos à família UV, à IX
edição da Universidade de Verão da JSD, do PSD e do Instituto Sá Carneiro.
Imagino que, para muitos de vós, seja uma
emoção muito grande estar aqui hoje pela primeira vez e que a expectativa seja
grande. Eu não me lembrei que este vídeo ia passar antes de eu falar e quero
começar por vos dizer que o Diogo é aquilo que todos nós achamos que alguém
deve ser na nossa sociedade. Tudo o que foi visto no vídeo foi criado ou teve a
intervenção do Diogo Vasconcelos: a Federação Académica do Porto, a revista
Cais, o Fórum Estudante, o Lusitânia Expresso (aquando do movimento activista a
favor da libertação de Timor), a ANJE, tendo sido brilhante nas empresas onde
trabalhou, na política, no PSD, filho e pai exemplares, dedicando-se dentro e
fora do partido com a mesma convicção. Sobretudo um bom homem e, como muitos
bons homens, partiu demasiado cedo.
Caros amigos, estamos aqui hoje todos com
uma máxima e a equipa que está aqui tem um objectivo que é tornar-vos a vocês e
também a nós cidadãos melhores. Os alunos são o esforço e sobretudo a alma da
Universidade de Verão. Nós estamos cá para fazer formação política, é o mais
importante que nos trouxe aqui hoje. Gostava de partilhar convosco também uma
emoção que para mim é diferente hoje: esta é a primeira vez que participo como
Presidente da JSD. Estive aqui 8 anos com outras funções; desde 2003 – já na
altura com o Carlos Coelho, o Matos Rosa, a Vera, o Júlio Pisa, o Paulo Colaço,
o Teixeira, o Hugo Tavares e outros que não estão cá hoje, e com muitos outros
que a nós se juntaram – sempre sob o comando e o chicote do nosso reitor Carlos
Coelho.
Mas, caros amigos e companheiros, esta é de
certeza a melhor acção de formação política que se faz em Portugal e na Europa.
Não estou a exagerar, porque conheço o que se faz cá e lá fora. De tudo o que
fiz e em que participei até hoje na política, esta é a que fiz com mais prazer
e sobretudo a que mais importância tem. Vai custar não andar de um lado para o
outro e ter de ficar sentado, sem poder ralhar para fazerem menos barulho, ou
ter o prazer de vos acordar pela manhã com a cara ensonada porque adormeceram.
Caros amigos e companheiros, passados oito
anos podemos todos dizer que criámos oito novas gerações de quadros políticos
de qualidade para o nosso partido, mas sobretudo para o nosso país. Para alguns
de vocês este é o primeiro contacto com a política, alguns não são militantes,
outros são apenas simpatizantes, outros talvez nem sejam ainda, acredito que
vão ser mais à frente.
A JSD é por alguma razão a melhor estrutura
política de juventude do nosso país. Isso é verdade hoje porque alguém, há
muitos anos atrás, quase no tempo de Sá Carneiro, soube apostar na formação
política como prioridade. Somos o partido que há mais anos faz formação
política e é hoje, com muito orgulho, que dizemos que, talvez um dos melhores
de todos nós, é o Primeiro-Ministro de Portugal. Um Primeiro-Ministro que as
pessoas respeitam e que podemos dizer com orgulho que é um ex-Presidente da
JSD. É também tempo de dar uma palavra ao nosso Reitor. Alguns de vocês
ouviram-no falar, o Carlos Coelho, também um ex-Presidente da JSD, e a sua
grande obra, o seu grande filho, são nove gerações de jovens e militantes do
PSD, que eu tenho a certeza que não só se tornaram melhores quadros do PSD ou
da JSD, mas, sobretudo, que se criaram pessoas melhores, mais capazes.
A Universidade de Verão tem também o condão
de elevar o espírito de grupo de solidariedade, de criatividade, de rigor e de
ambicionar, fazer cada vez melhor, essa é uma marca da JSD e da Universidade de
Verão, e acho que é uma marca que todos herdámos do Carlos Coelho, o nosso
Reitor.
Caros amigos e companheiros, quando alguns
colocam em causa a existência de juventudes partidárias, vocês são a resposta a
essas provocações. Nós temos duas funções, como todos vocês sabem: defender
políticas de juventude e o futuro das novas gerações. Mas há outra que é tão
importante quanto essa: formar bons quadros para o nosso partido e para
Portugal. Os políticos não são todos iguais, porque enquanto alguns partidos
fazem festas de Verão nós fazemos Universidade de Verão; onde alguns partidos
fazem apenas diversão e facilitismo, nós fazemos coisas com exigência e
qualidade. Enquanto alguns se preocupam apenas em destruir o País, nós
preocupamo-nos em construir o Presente, mas sobretudo o nosso Futuro.
Vocês são, de facto, a selecção nacional,
mas também têm de provar ao longo da semana que mereceram estar cá e que vão
aproveitar o que vão aprender para colocar ao serviço do nosso país. Deixo-vos
duas mensagens muito importantes: nunca se esqueçam que o vosso sucesso aqui
dentro está ligado à vossa capacidade de respeitar o espírito de grupo, de
trabalho e sacrifício que vão conseguir impor a vós próprios. Vão ficar
surpreendidos com aquilo que vão conseguir fazer se trabalharem em grupo e com
espírito de sacrifício. Não percam esta oportunidade! O partido, a JSD, o
Instituto Sá Carneiro investiram muito em vocês para estarem aqui.
Acreditem que é possível mudar Portugal.
Mas Portugal muda-se com bons políticos, boas políticas, mas sobretudo com uma
grande nova geração que está para vir. É essa a vossa missão: é de esta semana
aproveitarem tudo aquilo que vos for deixado cá, para absorverem, para
contribuírem e poderem voltar a criar mais uma nona geração que seja ainda
melhor que todas as outras que cá passaram. É esse o nosso objectivo.
Desejo-vos uma excelente semana, muito
trabalho, espírito de sacrifício e sobretudo muita tolerância com a
organização, com o nosso staff e com
o nosso Reitor.
Muito obrigado a todos.
[Aplausos]
Matos Rosa
Caros Carlos Coelho, Reitor da Universidade
de Verão; Carlos Carreiras, Presidente do Instituto Francisco Sá Carneiro;
Duarte Marques, Presidente da JSD; senhores deputados Nuno Matias, vice-Reitor,
Professor Manuel Meirinho, senhor Presidente da Comissão Política Distrital do
PSD, Cristóvão Crespo; senhores Presidentes da Câmara de Sousel e Castelo de
Vide. Deixem-me aproveitar esta oportunidade de agradecer ao senhor Presidente
da Câmara de Castelo de Vide a forma carinhosa como sempre soube receber e
manter esta Universidade de Verão: muito obrigado, Sr. Presidente.
[Aplausos]
Caras amigas e caros amigos, em primeiro
lugar permitam-me que em nome do Partido Social Democrata vos dê as boas-vindas
à Universidade de Verão. Uma iniciativa conjunta do Partido Social Democrata,
da JSD, do Instituto Francisco Sá Carneiro, em colaboração com o Partido
Popular Europeu, que se realiza, ano após ano, desde 2003. É um investimento na
formação numa elite de jovens quadros que, provavelmente, exercerão no futuro
funções de responsabilidade. Esta regularidade e longevidade comprovam a
solidez e a importância cada vez maior desta Universidade de Verão. Uma
iniciativa que promove a reflexão sobre os grandes desafios da Actualidade e
abre espaços para a discussão de ideias com os professores convidados que aqui
partilham as suas experiências e os seus conhecimentos. É por isso que esta
Universidade de Verão ambiciona estabelecer-se como elo dinâmico entre
gerações, entre jovens e o País, entre vocês e o nosso futuro colectivo; é essa
a nossa ambição, construir um Portugal novo, com todos e para todos.
Permitam-me dirigir uma palavra de particular apreço ao nosso bom amigo Carlos
Coelho, que uma vez mais, organizou de forma exemplar esta iniciativa de abertura
à Sociedade e, deixem-me dizê-lo, ao Futuro.
A notável qualidade dos convidados desta
Universidade de Verão antecipa desde já o seu sucesso. Obrigado Carlos, por
teres colocado a tua inteligência e a tua energia na organização desta
iniciativa. A tua dedicação não é quantificável; para ti o meu, o nosso, de
certeza, aplauso de agradecimento.
[Aplausos]
Caras amigas, caros amigos, o sucesso desta
Universidade de Verão demonstra também a capacidade genética do PSD para se
reinventar e encontrar novos caminhos de abertura à sociedade civil. Nós também
somos isto: a irreverência de quem quer fazer sempre mais e melhor pelo seu
país. Desta matéria podemos reivindicar a permanente insubmissão política e
intelectual do nosso fundador Francisco Sá Carneiro. O Instituto Francisco Sá
Carneiro e o Gabinete de Estudos da PSD, assim como a JSD, assumem essa
orgulhosa herança no seu trabalho permanente abertura à sociedade civil.
Portugal precisa de um PSD forte, mobilizado, motivado, aberto às energias da
sociedade civil, inconformado e empenhado no sucesso desta aliança entre as
pessoas que estão dentro e fora do partido, que todas juntas representam um
projecto de renovação geracional. O PSD acredita nesta aliança geracional, na
Sociedade e nas pessoas. Esse talvez seja o elemento que mais nos distingue dos
outros partidos: temos uma concepção diferente do Estado porque acreditamos na
energia da sociedade e das pessoas. Nós acreditamos na mudança, que somos
capazes de mudar Portugal e na mudança que este Governo já iniciou.
Caros amigas, amigos e companheiros, é
disso que se trata: a mudança! Porque nunca o País precisou tão urgentemente de
mudar, porque os desafios que se nos colocam não têm precedentes na História
Portuguesa. O trabalho que temos pela frente é colossal, sim, absolutamente
colossal! Mas vamos conseguir!
A primeira Universidade de Verão começou em
2003 e, desde essa altura, o Mundo mudou muito, mas Portugal, como todos
sabemos, mudou muito pouco. Na verdade, Portugal não mudou naquilo que devia
ter mudado e o que mudou, quase sempre, apenas piorou a situação e agravou os
problemas. Os últimos anos colocaram em evidência essas fragilidades
estruturais em Portugal. Um país bloqueado por um modelo económico e social
esgotado, cansado das promessas que desafiam a realidade e que não forçam a
mudança, refém de um passado esgotado e sem expectativas de futuro. Mas não foi
este o país que herdámos dos nossos pais e, não será certamente este, o país
que iremos deixar aos nossos filhos.
Caros amigas, caros amigos, nós vamos
conseguir mudar. É por isso que a vossa presença aqui hoje é mais importante do
que nunca. Portugal chegou ao limite das suas forças e precisa de mudar. Essa
mudança começa aqui hoje, convosco, com a vossa irreverência, energia, dedicação,
paciência e, sobretudo com a vossa coragem. Portugal não precisa apenas de
escrever uma página da nossa História, mas sim uma nova História. Uma História
em que sejamos capazes de pagar as nossas dívidas, em que sejamos capazes de
ter empresas fortes e postos de trabalho qualificados, contratualizar
sacrifícios e criar riquezas. Numa frase: construir uma Sociedade robusta para
que nunca mais tenhamos que voltar a esta página negra da nossa História. Todos
juntos vamos ser capazes de construir essa nova História, de um país que saiba
ver nos jovens o seu Futuro. Portugal tem hoje um PSD forte, motivado,
mobilizado, aberto à Sociedade civil, que acredita na mudança iniciada pelo
Governo do Dr. Pedro Passos Coelho. Sabemos que o trabalho que temos pela frente
é colossal, mas vamos conseguir.
A nossa missão é construir um Portugal
novo, com todos e para todos.
Caras amigas e caros amigos, o vosso Futuro
é o nosso Futuro; é o Futuro de Portugal!
Viva à JSD, viva ao PSD, viva Universidade
de Verão, viva Portugal!
[Aplausos]
Dr.Carlos Carreiras
Muito boa tarde a todas e a todos.
Permitam-me que cumprimente o senhor
Secretário-Geral do PSD, José Matos Rosa, gosto muito de o ver nestas funções
de Secretário-Geral; também cumprimentar o Duarte Marques, Presidente da JSD,
que disse há pouco que o Carlos Coelho tinha tido uma premonição que Pedro
Passos Coelho seria agora Primeiro-Ministro nesta Universidade de Verão 2011,
eu também tive uma premonição que o Duarte este ano também estaria aqui como
Presidente da JSD.
Permitam-me cumprimentar os meus colegas,
Presidente da Câmara de Castelo de Vide, Presidente da Câmara de Sousel,
Cristóvão Crespo Presidente da Distrital de Portalegre e, nele, cumprimentar
todos os dirigentes das Distritais aqui presentes; cumprimentar o Dr. Manuel
Meirinho e, nele, todos os convidados também presentes aqui na sala.
Deixei para o fim, obviamente, o Carlos
Coelho, dada a amizade que nos une há muitos e muitos anos. Vocês podem não
acreditar, mas já somos amigos desde o tempo em que ambos ainda tínhamos
cabelo. [RISOS] O Carlos não tinha tanto cabelo quanto eu tinha naquela altura,
mas talvez para reforçar a minha credibilidade junto de vós, dizer também que
nós já disputávamos eleições da JSD ainda antes do Pedro Passos Coelho ser
líder da JSD. Esta amizade que nos une há muito tempo não inibe nem retira a
independência para vos dizer que tenho um profundo reconhecimento pelo trabalho
que o Carlos Coelho tem desenvolvido ao longos de todos estes anos e, muito
especialmente, felicitá-lo e a toda a sua equipa por aquilo que têm sido
capazes de fazer com uma grande persistência e capacidade, pondo todo o seu
talento ao nosso dispor na realização das Universidades de Verão. Por isso,
Carlos, muito obrigado e felicito-te uma vez mais por essa tua capacidade.
Caros amigos, caros companheiros, vivemos
um tempo estranho, por vezes difícil de entender, em que a crise, os défices,
as dívidas, tomaram conta da acção política dos Governos do Mundo; em que a
austeridade e os cortes tocam na vida de cada um de nós. Este é afinal o nosso
tempo e precisamente por isso é urgente voltar àquela que era a origem,
fundamento e objecto da acção política para Sá Carneiro: as pessoas.
Mas eu pertenço a uma espécie em vias de
extinção, ou talvez não: a espécie dos optimistas. É por isso que vos digo que
a Europa morreu. A Europa como a conhecemos há 50 anos morreu. A boa notícia é
que vamos assistir ao nascimento de uma nova Europa. Ao longo dos últimos anos
e à medida que a Europa atravessava algumas crises de meia-idade (eu e o Carlos
sabemos o que isso é), como os chumbos referendários na França, na Holanda e na
Irlanda, muitos profetas da desgraça arriscaram escrever o obituário da Europa.
Na altura, os rumores sobre a morte da Europa foram largamente exagerados.
Acredito que hoje não são rumores, são
evidências. A crise da dívida soberana atacou pelos flancos e deixou a Europa
de joelhos. A saída, diziam uns, passava pela expulsão do Euro de países como a
Grécia, Portugal e a Irlanda. Poupavam-se os grandes e cumpridores e
isolavam-se os infectados. Mas já se percebeu que a Crise tem o dom da
ubiquidade: quem sabe, talvez a seguir caíssem a Itália, a Bélgica, a Espanha.
Consequência: o desmantelamento do projecto europeu.
A pergunta que se coloca é: como é que
chegámos até aqui? Apontaria três factores para este status quo insustentável: uma moeda comum sem um tesouro comum; uma
política cambial deslocada dos países mais periféricos e menos desenvolvidos; a
ausência de liderança política e a falta de legitimidade das lideranças
europeias. Actuando conjuntamente, estes três factores a que se deve juntar o
ataque claro dos mercados, não ao Euro, mas a todo edifício Europeu, têm morto
lentamente aquele que é talvez o mais belo e notável projecto democrático: a
União Europeia.
A boa notícia, como dizia atrás, é que vai
nascer uma Europa nova. Neste contexto, ser ou não federalista, deixou de ser
uma opção: é a única saída.
Mergulhámos numa crise sem precedentes, ouvimos
hoje os povos da Europa clamarem por mais liderança, mais união, mais política,
em suma, mais Europa. Foi o processo de construção europeu que nos atirou para
esta inevitabilidade, ironicamente também é ele que está obrigado a tirar-nos
da crise, precisamente por termos atingido um tal ponto em que já não é
possível andar para trás; não há retorno.
A crise é, por ironia, a vitória do
projecto europeu. Apesar de todos os males, a crise das dívidas soberanas tem
as suas virtudes: uma delas é funcionar como gatilho para as reformas
duríssimas que a Europa tem há muito em lista de espera. A Crise é
clarificadora e vai acabar com os vícios da velha Europa, com a política
agrícola comum anacrónica, com as políticas de pesca altamente penalizadoras
para os países periféricos como Portugal, ou uma política cambial que nos reduz
ao mercado interno e é geradora de protectorados subsídio-dependentes da
periferia. Mas a crise vai também acabar com o politicamente correcto e gasto
jargão a uma só velocidade. A Europa vai ter de correr a várias velocidades.
Acredito que para as nações que correm mais rápido está reservado um papel
decisivo. É o conserto das nações liderantes e não ao eixo franco-alemão que
cabe tentar soluções mais arrojadas para a Europa. Tenho-o dito, não vamos sair
desta crise com soluções normais, por isso, a exemplo do que defendo para a
Europa, também internamente temos de tentar o que nunca antes foi tentado para
enfrentar uma crise excepcional. Felizmente, Portugal tem hoje um Governo forte,
com uma liderança política forte. Portugal tem rumo e os Portugueses apesar de
todos sacríficos e contrariedades têm esperança no futuro. Acreditam que, ao
contrário do que aconteceu no passado, os esforços não são feitos em vão.
Estes esforços são feitos pelo nosso
futuro. Pedro Passos Coelho é, no olhar dos outros, o Primeiro-Ministro de um
pequeno país pobre, periférico e em dificuldades. Para nós, Portugueses, Pedro
Passos Coelho, é o Primeiro-Ministro de um país que apesar de estar em
dificuldades não é pobre nem periférico. Aceitar isto é compreender a História
do nosso país, assumir aquilo que sempre fomos, numa fase em que a Europa está
órfã de lideranças políticas inspiradoras, uma fase em que dois líderes
pretendem desenhar a régua e esquadro o futuro dos povos da Europa, eu acredito
que o nosso Governo será capaz de dar em Bruxelas um exemplo de liderança na
inequívoca defesa dos interesses de Portugal.
Meus amigos, como nos pede a Troika, é do
nosso interesse abraçar temporariamente a austeridade, mas não é do nosso
interesse que esse abraço se torne permanente. A Troika olha para os números,
nós, políticos, temos de olhar para as pessoas e, olhar para as pessoas, é
apostar no crescimento. Acredito que neste particular, o poder local pode dar
um extraordinário contributo. Ouvimos falar do Governo e do Presidente da
República como agentes decisivos na ultrapassagem da crise e negligenciamos,
erradamente, o papel das autarquias, e ao fazê-lo estamos a negligenciar o
crescimento, o emprego, a inovação e coesão social. Tal como na Europa, as
razões liderantes podem ser pioneiras na descoberta de novas rotas de
crescimento, também as maiores autarquias do País devem servir de exemplo na
realização do nosso potencial colectivo. Acredito que com acções locais,
seremos capazes de promover uma mudança global. Mas seja qual for a estratégia
e a rota escolhida para ultrapassar a crise, do global para o local ou
vice-versa, é essencial ter presente um princípio: os limites à austeridade
devem acabar precisamente no ponto em que se inibe o crescimento. Esta é uma
estratégia que exige visão política clara, liderança forte, conciliação da
diversidade e tolerância com a capacidade de fazer acontecer. Esta é uma
estratégia que exige união; de privilegiar o que nos une em detrimento do que
nos divide. O que nos une é Portugal e os Portugueses. Mas esta também é uma
estratégia que exige acreditar, acreditar que o verdadeiro e importante recurso
são as pessoas.
Caros amigos e companheiros, comecei por
vos dizer que este era o tempo da Crise, dos défices, da dívida, do emprego e
da depressão. É uma daquelas crises que revela o carácter de um Povo, que
define o lugar de uma Nação no Mundo. Cada um de nós, cada um de vós, é testado
a libertar o talento, a ser inconformista; é chamado a dar uma oportunidade à
esperança; este é o sinal e contributo que se espera de cada um de vós, de cada
um de nós. Todos somos precisos para construir um tempo diferente. Portugal tem
de contar convosco e connosco, a bem de Portugal, de todos nós que somos
Portugueses e que temos muito orgulho em sê-lo.
Muito obrigado pela vossa atenção.
[APLAUSOS]
Nuno Matias
Muito boa tarde a todos.
Como já se aperceberam a organização deste
evento está empenhada firmemente em que tenham um momento e um tempo único, que
seja insuperável e memorável na vida de todos vós.
Como também já perceberam, vamos todos
trabalhar em conjunto para o vosso sucesso e para que, no momento em que já
chegarmos ao fim destes trabalhos, tenham já saudades de tudo aquilo que
viveram. Temos um conjunto alargado de membros da organização que querem fazer
com que assim seja, mas terão um rosto que em primeiro lugar irá lidar
convosco, irá acompanhar-vos, dar-vos todas as informações e, convosco,
procurar que o percurso seja o mais bem-sucedido possível e que supere todas as
vossas melhores expectativas.
Nesse sentido, vou apresentar os vossos
conselheiros. Estamos a falar de dez equipas em que cada conselheiro tem a
responsabilidade de acompanhar, aconselhar e informar duas delas. Vou começar
por chamar os conselheiros e pedir aos nossos convidados que entreguem aquilo
que é o símbolo de cada uma das equipas, o nosso boneco que tão útil nos vai
ser ao longo da semana.
Chamava o decano dos nossos conselheiros, o
meu querido amigo Jorge Varela e pedia ao nosso querido amigo e companheiro,
Carlos Carreiras, para lhe entregar os estandartes do grupo amarelo e bege.
[APLAUSOS]
Chamo também a Catarina Rocha Vieira, a
vossa conselheira dos grupos encarnado e rosa. Pedia, mais uma vez, ao Carlos
Carreiras que entregasse o estandarte do grupo.
Chamava agora o Paulo Pinheiro, que é o
nosso conselheiro dos grupos cinzento e roxo, e peço ao nosso Secretário-Geral
que entregue o estandarte do grupo.
[APLAUSOS]
Chamo também a Sofia Manso, que é a
conselheira do grupo castanho e azul, e pedia ao Duarte Marques para entregar o
estandarte.
Para terminar, chamo o Tiago Alves, que é o
conselheiro dos grupos laranja e verde, e peço ao nosso magnífico Reitor para
entregar os seus símbolos.
Como se aperceberam também, quer a Sofia
quer o Tiago são ex-alunos do ano passado da Universidade de Verão. Deixem-me
dar-vos apenas uma última informação, como sabem vamos ter um jantar, que hoje
é antecipado para o horário das 19h45, mas pedia a todos para deixarem à saída
as vossas perguntas que vos foram distribuídas à entrada.
Muito obrigado, boa sorte e uma grande
semana!
[APLAUSOS]
Magnífico reitor desta universidade, caras alunas, caros alunos, sejam bem-vindos à décima edição da Universidade de Verão da JSD.
Há um ano atrás, eu, a Vera Artilheiro e a Isa Monteiro estávamos sentados algures nessas cadeiras. Cheguei inquieto, curioso, sem saber muito bem o que se ia passar. Sentado desse lado tinha muito mais dúvidas do que certezas, tudo era novo, completamente diferente, vivia-se uma magia inexplicável no ar.
Eu tinha sido um dos cem escolhidos para participar na nona edição da Universidade de Verão da JSD. Entrei, vivi uma das semanas mais intensas da minha vida e no domingo, quando me despedi, despedi-me já com muitas saudades. A UV marcou indelevelmente a minha vida pessoal, social, associativa e política também.
Um ano depois, caros cem novos alunos da décima edição desta universidade, deixo-vos, em jeito de pedido, três conselhos: divirtam-se e sejam felizes; aprendam e ensinem o mais que puderem; e façam desta universidade um ponto de partida e não um objectivo já atingido. Disfrutem de todas as oportunidades que conseguirem, sejam cooperativos e façam depender da vossa felicidade a felicidade do vosso companheiro do lado, tirem todas as dúvidas, façam todas as perguntas.
É na medida de partilhar aquilo que cada um de nós é, que o conjunto garante os seus sucessos. Depois desta semana estarão mais capacitados e mais bem preparados para fazer a diferença.
Aqui nós vamos aprender a ser elementos construtivos de uma nova democracia; a fazer intervenção informada, coerente e com valores, a melhorar o presente numa visão de futuro sustentável. Poderemos, juntos, fazer a diferença que sonhamos para o mundo. É este o verdadeiro espírito da Universidade de Verão, mas mais do que palavras falam as imagens e, por isso, apresento-vos um pequeno vídeo que vos fará o resumo daquilo que é, do que foi e esperamos que seja o espírito da Universidade de Verão.